No Jardim
18 de fev. de 2014
16 de jan. de 2014
Nymphomaniac: Volume 1
O público da sessão que peguei - eu inclusa - deu a impressão de que talvez não estejamos preparados para o sexo como protagonista de uma trama. A dose generosa de humor dada ao filme não geraria tanta gargalhada constrangida se esse não fosse encarado com certa hipocrisia de quem dá a entender que nunca viu ou ouviu falar sobre o assunto.
Fui assistir Ninfomaníaca preparando meu estômago. Embora o marketing tenha caído todo para as tais cenas explícitas, estamos falando de Von Trier. Quem o conhece minimamente concluiu que não haveria oba oba no retrato de uma viciada em sexo. É comum ele querer "foder" com o destino das mulheres em seus filmes, e agora foi, digamos, literal. Portanto, baseada no que via, logo pensei no peso psicológico que o filme traria e aquela atmosfera poética-dark comum. Mas fui surpreendida.
Primeiro pelo fato de que, não sei se pela reação do público, essa primeira parte tem seus momentos, mas não é de todo pesada. Nem sexualmente falando e nem psicologicamente. A trama pendeu mais para o humor negro, mostrando o começo de todo o problema de Joe e dando a entender que até certo ponto as coisas foram minimamente divertidas diante de uma vida sem grandes perspectivas.
O diálogo com o simpático Seligman, onde ela vai contando a saga que a levou para o beco em que ela é encontrada toda estrupiada, busca colocar um sentimentalismo por cima da culpa e as metáforas usadas para descrever o sexo são bem interessantes, principalmente a do 5º capítulo.
Sobre as cenas explícitas, quem espera ver muitos closes picantes pode baixar a bola, o que não significa que o que é mostrado seja tão convencional. Acho que tudo foi exibido na medida exata, sem pudor mas sem exagero. Se é pra ficar constrangido com algo, talvez a cena protagonizada por - Uma Thurman - seja a mais forte de todas.
Em um dos capítulos, acontece o "plot" da trama. Ao passar por um evento triste e deixar claro que a busca pelo sexo é só um apaziguar de mágoas, a protagonista se excita com algo inimaginável. A partir daí, sabe-se que a máscara usada para que ela aparente não atribuir peso aos seus atos, cai.
É engraçado notar que como Seligman, é difícil julgar Joe como a pessoa terrível que ela diz ser. Dá a impressão de que todos também ofereceríamos chá e compreensão a uma ninfomaníaca. O que óbvio, não é verdade, já que estas são julgadas pela grande maioria como simples "putas" ou "gostosas que podem vir para minha cama".
O filme também tem sua parte romântica, destacada pela frase de B: "O ingrediente secreto do sexo é o amor". Quando Joe começa a contar sobre a descoberta do sentimento e o desenrolar de sua história, Seligman chega a ficar desconfiado da veracidade daquilo. E de fato, em meio a tanta "sujeira", temos uma cena maluca digna de comédias românticas. Contudo, como os cartazes já anunciavam, "forget about love".
Propositalmente é claro, o ápice foi deixado para o final. As últimas cenas são ótimas e funcionam quase como um resumo de tudo que acaba de ser visto durante as imperceptíveis 2h. E aí acaba. O grande "orgasmo" aguardado é abruptamente cortado. Faz-se cara de taxo até que aparece o teaser do Volume II. Este sim, parece vir agressivamente carregado de todo o pesar sutilmente visto neste primeiro. Talvez como em Shame.
E que chegue logo, porque não há ouvido que aguente Rammstein no repeat.
16 de out. de 2013
24 de set. de 2013
Segura meu braço
Quando ele faz cara de criança cansada, tira os óculos e desliga os monitores, já fico preparada porque a "hora do cochilo" se aproxima. Logo me empolgo porque amo cochilar e posso fazê-lo em qualquer momento do dia, mas hoje foi diferente.
Deitou-se do meu lado e eu comecei a tagarelar e trolar pra ele não dormir e ir tomar banho antes que ficasse tarde, mas bastou um pouco de silêncio pra ele apagar. Apagou segurando meu braço, como quem diz "fica aí mesmo que não vá dormir também". E eu fiquei naquela posição desconfortável e agradável ao mesmo tempo, até que ele começou a roncar e ao invés de me incomodar com o barulho e sacudi-lo pra parar, eu achei a situação muito fofa e fiz fotos daquela face barbuda com o celular. Provas de amor do cotidiano.
7 de ago. de 2013
Sir Psycho
Sabia que quando terminasse eu me arrependeria por não ter animado e arrastado o Daniel para vermos mais coisas. Eu sabia. Agora, ouço a trilha de Vertigo e choro pelo "corpo" derramado (essa foi zoada, eu sei).
Cinema do bom e totalmente free. A Mostra Hitchcock foi a melhor coisa que poderia ter acontecido nessas férias. Obrigada CCBB. Espero que este tenha sido o pontapé inicial para muitas outras.
Em pouco mais de um mês de evento, fomos em 5 dias. É, só isso.
Então vimos:
The Man Who Knew Too Much (1956)
Muito prazer, meu nome é James Stewart e eu sou tão carismático que me tornarei um de seus atores preferidos daqui em diante. Destaque pra cena do Albert Hall, claro. 12 minutos de tensão e nenhuma palavra.
Vertigo
Embora tenha sido um fracasso de bilheteria e o último trabalho de James com Hitch, é incrível e ponto final. Um filme "dois em um" extremamente psicológico, onde na primeira parte rola um quebra cabeça x jogo de adivinhação e na segunda uma viagem romântica obsessiva. Clap clap clap.
Rope
Teatro no cinema. O vilão principal é tão convincente que chega a dar raiva/nojo de olhar pra cara dele. Seu companheiro de crime também dá aflição, tamanho é o desespero que o garoto transmite. Gostei do modo como foi feito e gostei da abordagem do tema "os fracos não tem vez". Só não foi melhor porque assistimos com double-legenda e a em português ficava muito abaixo da tela, onde cabeções a tapavam com frequência.
Rear Window
Mais atual que isso, impossível. Fissura pela vida alheia, especulações, deduções absurdas, julgamento, erotismo. A lista de coincidências com o que rola hoje em dia é extensa. Prato cheio pros stalkers. <3
North by Northwest
My name is Thornhill, Roger Thornhill. Cary Grant é tão simpático quanto Stewart, ao contrário de Eva Marie Saint, que não desce. Bem que o Daniel havia dito que esse foi o prenúncio da saga 007. Clássico!
Faltou ver Dial M e Marnie e rever Birds (Psycho já vimos muito), mas valeu demais. Ficou a prova de que quase tudo que assistimos hoje e muitas vezes consideramos genial, tem um dedo de Cocky.
Cinema do bom e totalmente free. A Mostra Hitchcock foi a melhor coisa que poderia ter acontecido nessas férias. Obrigada CCBB. Espero que este tenha sido o pontapé inicial para muitas outras.
Em pouco mais de um mês de evento, fomos em 5 dias. É, só isso.
Então vimos:
The Man Who Knew Too Much (1956)
Muito prazer, meu nome é James Stewart e eu sou tão carismático que me tornarei um de seus atores preferidos daqui em diante. Destaque pra cena do Albert Hall, claro. 12 minutos de tensão e nenhuma palavra.
Vertigo
Embora tenha sido um fracasso de bilheteria e o último trabalho de James com Hitch, é incrível e ponto final. Um filme "dois em um" extremamente psicológico, onde na primeira parte rola um quebra cabeça x jogo de adivinhação e na segunda uma viagem romântica obsessiva. Clap clap clap.
Rope
Teatro no cinema. O vilão principal é tão convincente que chega a dar raiva/nojo de olhar pra cara dele. Seu companheiro de crime também dá aflição, tamanho é o desespero que o garoto transmite. Gostei do modo como foi feito e gostei da abordagem do tema "os fracos não tem vez". Só não foi melhor porque assistimos com double-legenda e a em português ficava muito abaixo da tela, onde cabeções a tapavam com frequência.
Rear Window
Mais atual que isso, impossível. Fissura pela vida alheia, especulações, deduções absurdas, julgamento, erotismo. A lista de coincidências com o que rola hoje em dia é extensa. Prato cheio pros stalkers. <3
North by Northwest
My name is Thornhill, Roger Thornhill. Cary Grant é tão simpático quanto Stewart, ao contrário de Eva Marie Saint, que não desce. Bem que o Daniel havia dito que esse foi o prenúncio da saga 007. Clássico!
Faltou ver Dial M e Marnie e rever Birds (Psycho já vimos muito), mas valeu demais. Ficou a prova de que quase tudo que assistimos hoje e muitas vezes consideramos genial, tem um dedo de Cocky.
Bjs, mortais.
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