Um ano morando aqui, um ano tendo que responder a mesma
santa pergunta desagradável: você realmente gosta de Brasília?
É como se durante todos esses meses eu esteja omitindo
meus reais sentimentos em relação à cidade e as tantas motivações que me fazem
ficar. Chatice desnecessária somente porque o primeiro empurrão para que eu viesse
foi dado pelo lado direito do meu cérebro.
Perdi as contas de quantas vezes fui chamada de – argh –
“doidinha” porque ninguém foi sincero o suficiente pra dizer que me achou apaixonada-inconsequente na época. Todos os méritos conquistados da
primeira vez que saí de casa foram por água abaixo. De corajosa e madura eu passei para muito inquieta, desapegada demais e até pedante.
Mas sejamos racionais, é maluquice deixar pra trás uma vida
que não anda e tentar recomeçar em outro lugar tendo como bônus a companhia e o
apoio de pessoas queridas, finalmente enxergando o que é bom pra você. Assim como é inocente demais ficar feliz de olhar pela janela do seu quarto e conseguir enxergar o horizonte antes tapado por tanta fumaça.
Que venham as bodas de pêra.
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